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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Os ditos de um velho patife




Quando penso em frasistas na literatura de ficção científica sempre me vem à mente não um autor, mas um personagem: o longevo Lazurus Long, uma das grandes criações de Robert A. Heinlein, considerado um dos “três grandes” da FC (ao lado de Isaac Asimov e Arthur C. Clarke). Com suas aventuras e casos pitorescos, o personagem é o ponto alto e mais polêmico da série de contos e romances conhecida como “A História do Futuro”, que o autor publicou ao longo de toda a sua carreira literária e que analisa as possíveis alterações sociais que o progresso científico traz para a humanidade ao questionar valores tradicionais de nossa sociedade.

Lazarus Long é o mais usual dos muitos nomes assumidos por Woodrow Wilson Smith ao longo de seus mais de 2 mil anos de vida. Ele nasceu em 1912 e pertence à terceira geração de uma experiência de eugenia que visava o prolongamento da vida humana. Caso único entre as outras cobaias geradas pela experiência, sua vida foi estendida ainda mais por técnicas de rejuvenescimento descobertas séculos mais tarde.



Com espírito aventureiro e desbravador, Lazarus trabalhou em quase todas as profissões conhecidas, esteve presente em diversos momentos históricos e protagonizou episódios chaves do processo de colonização humana da galáxia. Seu biógrafo oficial não o define de forma lisonjeira (“Está claro que este homem é, pelos padrões habituais das sociedades civilizadas, um bárbaro e um patife”), mas sua personalidade cativante e libertária, e sua própria noção de ética, o tornam tão lendário quanto sua longa vida.

Lazarus faz sua estreia no livro “Os Filhos de Matusalém”, tem sua vida esmiuçada em “Amor Sem Limites” e é um personagem secundário em “The Number of the Beast” (“O Número do Monstro”, lançado apenas em Portugal), “O Gato que Atravessa Paredes” e “The Sail Beyond the Sunset”, o último livro de Heinlein publicado em vida. A fama do personagem é tão grande entre os fãs de FC que dois intervalos de “Amor Sem Limites”, reunindo citações, lições de vida, aforismos e algumas de suas considerações filosóficas, formaram uma obra à parte: “The Notebooks of Lazarus Long”, usado como livro de cabeceira por muita gente. As frases de Lazarus Long contidas nesta obra dizem muito de seu caráter e de seu sucesso.




“Se algo não puder ser expresso em número, não é ciência. É opinião”.

“De todos os crimes estranhos sobre os quais os seres humanos legislaram a partir do nada, a “blasfêmia” é o mais espantoso – com a “obscenidade” e a “exposição indecente” lutando pelos segundo e terceiros lugares”.

“Você pode ter paz. Ou ter liberdade. Não espere nunca ter ambas ao mesmo tempo”.

“Quando um lugar fica suficientemente cheio de gente para exigir carteiras de identidade, o colapso social não está longe. É hora de ir para outro lugar. A melhor coisa da viagem espacial é que ela torna possível ir para algum outro lugar”.

“A verdade de uma proposição nada tem a ver com sua credibilidade. E vice-versa”.

“A gente vive e aprende. Ou não vive muito”.

“Diga sempre que ela é linda, especialmente se ela não for”.

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