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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Rio Comicon 2011: quadrinhos no centro das atenções

E, mais rápido do que a gente imaginou, tivemos a segunda edição do Rio Comicon, anunciado como o maior evento de quadrinhos do país. Bem, isso eu não posso garantir, mas certamente ele é o mais conhecido do gênero no Rio de Janeiro, o que não é pouca coisa. O evento teve divulgação em toda a mídia. Vi matérias e comentários em diversos sites, jornais e TVs – tanto entre as abertas como nos canais por assinatura.  Até as rádios deram destaque, com a abertura sendo anunciada diversas vezes em várias emissoras. Acredito que isso possa estimular a produção de um evento maior no ano que vem. Vamos torcer.

Foram quatro dias na Leopoldina, a mais antiga estação de trem do Brasil, desativada há anos. Houve bom aproveitamento das plataformas de embarque dos trens, pouco usadas na 1ª edição. Para o ano que vem, serão necessárias mais opções de alimentação e, principalmente, a presença de caixas eletrônicos – essenciais em um evento que contou com apenas um stand aceitando cartões de créditos.

Os organizadores haviam indicado que o foco deste ano ficaria em torno dos super-heróis americanos e dos mangás, gêneros preferidos no Brasil. Mas o destaque foram os autores nacionais, que estão ganhando espaço no competitivo mercado americano. Entre os criadores mais procurados estavam aqueles premiados este ano nos EUA – Rafael Albuquerque (Vampiro Americano) e os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá (Daytripper). Também foi muito procurado o stand do White Russian Society, que reuniu boa parte dos autores nacionais mais conhecidos.  Os gêmeos Moon e Bá, em espaço próprio, venderam todos os álbuns, fanzines e revistas que trouxeram.

A exposição do trabalho de Will Eisner foi o chamariz, mas a grande surpresa ficou por conta da mostra “As Filhas do Italiano Guido Crepax”- criador de Valentina, uma das mulheres mais sensuais e influentes dos quadrinhos -, montada a partir da proposta de roupas de Catarina Crepax, estilista e filha de Guido. Achei  bem legal a linha de móveis, assinada pelos designers Folco Orlandini e Andrea Radice, que ambientou a mostra e está à venda no Brasil.


Outro ponto positivo do Rio Comicon foi a generosidade com os autores independentes. Seus stands ficaram concentrados na mesma área onde eram retiradas as senhas para participar de palestras, de tardes de autógrafos ou para conseguir desenhos realizados na hora pelos quadrinistas. Praticamente todos que foram à convenção precisaram passar por ali – em alguns momentos, foi o espaço mais frequentado. Para quem não costuma ficar nos locais nobres em eventos desse tipo, foi a sorte grande.

Nas palestras e debates, houve espaço para mangás, entrada de artistas brasileiros no mercado americano, quadrinhos nacionais, argentinos e HQs na internet.  Houve até debates filosóficos sobre obras e processo narrativo nas HQs. Aqui, o destaque foi, sem dúvida, a presença de Chris Claramont, roteirista responsável por transformar os X-Men na maior franquia da Marvel Comics e elevar o Wolverine, de vilão de terceira classe do Hulk, a um dos personagens mais conhecidos e cultuados dos quadrinhos, dos filmes e dos desenhos animados. Claramont falou sobre como construiu o mito envolvendo os mutantes, os desenhistas com os quais fez parceria, a interferência dos editores em suas histórias e sua saída da Marvel. Mas, apesar dele ter voltado para a editora, ficou claro que ele queria também divulgar os romances que está escrevendo e que ainda não possuem, nem de longe, a mesma repercussão dos X-Men. 

Como no ano passado, o Rio Comicon atraiu diversos tipos de público e não apenas os nerds e colecionadores de quadrinhos. Já pode ser considerado como parte do calendário de eventos do Rio, gerando novas expectativas a cada edição. O destaque da próxima, segundo seus coordenadores, será o quadrinho infantil. Mal posso esperar. (Vinicius Marins)

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