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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Quando a música é personagem

Muitas vezes, quando lembramos de certos filmes, o que nos vem de imediato à mente é “aquela” cena com “aquela” trilha. A música tem esse poder e, quando resulta numa sequência onde o casamento entre imagem e som acontece perfeitamente, fica difícil esquecer. Não importa se é original e especialmente criada para o filme ou se o diretor foi sagaz o suficiente para fazer bom uso de músicas existentes, o interessante é que muitas vezes as trilhas se tornam tão importantes para a narrativa quanto a fala dos personagens.

John Williams, Nino Rota, Henri Mancini e Enio Morricone são compositores que sempre deixam sua marca impressa nos filmes. Mas também vale citar o diretor Stanley Kubrick com seu incrível talento para usar músicas clássicas de grandes compositores em seus filmes. Esse assunto vai longe, então vou ilustrá-lo com algumas escolhas pessoais.

Em 2001, Uma odisséia no espaço, Kubrick usou a música The Blue Danube Waltz, de Joahann Strauss. (clique aqui para assistir)

Quando ouvimos os acordes criados por John Williams em Tubarão, não precisamos nem ver o bicho para ficarmos assustados.


Traidos pelo desejo, de Neil Jordan, usa The crying game para apresentar o personagem de Jaye Davidson.


Há parcerias que se estendem por muitos anos e filmes, como David Lynch e Angelo Badalamenti, que parecem ter nascidos um para o outro.


Em Asas do desejo, do diretor Wim Wenders, o anjo apaixonado pela artista circense tem seu primeiro contato com o objeto humano de seu afeto ao som de The Bad Seeds, de Nick Cave.


A parceria da diretora francesa Claire Denis e da banda Tindersticks, que vem acontecendo por 15 anos, rendeu belíssimas cenas e até um álbum, Tindersticks claire denis film scores 1996-2009. Além disso, a banda fez uma turnê especial tocando apenas as trilhas feitas para os filmes da diretora.


E Tarantino não poderia ficar de fora. Desde seu primeiro filme, Cães de aluguel, o diretor criou cenas onde a música tem tanto apelo quanto os atores. Neste filme, a música de Steely Wheel, Stuck in the middle with you, parece ter sido concebida para a cena.


Em Pulp fiction, a personagem de Uma Thurman, Mia Wallace, dança ao som de Urge Overkill e a banda nunca mais seria esquecida graças a Tarantino. (clique aqui para assistir)

Tarantino dá tanta importância para a trilha sonora que até escreve cenas para inserir músicas em seus filmes, a última delas foi em Bastardos Inglórios. Ele havia declarado que sempre amou a música que David Bowie fez para o filme Cat People, de Paul Schrader, mas nunca concordou com o modo como o diretor a usou , jogando-a apenas nos créditos. Tarantino disse que essa música merecia uma cena de aproximadamente 20 minutos, e o foi o que ele fez para a personagem de Shosanna, vivida pela atriz francesa Melanie Laurent. Enquanto a moça prepara sua vingança, nos deleitamos com a belíssima Putting Out The Fire.

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