A febre já passou (será?),
mas o vício ficou para um bom número de usuários. Entre os vários aplicativos
chatos do facebook que você recebe todos os dias, o Song Pop parece que conseguiu a árdua missão de agradar a gregos e
troianos (Zuckerberg que o diga). Com mais de 2 milhões de fãs, a empresa
responsável (Fresh Planet) lançou uma versão premium do joguinho. Minha
experiência com o game começou um pouco atrasada, acho que não botava nenhuma
fé quando me enviavam pedidos – imaginava mais um jogo chato de facebook e
ignorava. Passado mais de um mês, resolvi pagar pra ver. Atualmente, Song Pop se tornou um passatempo diário.
Se você é daqueles que não
se “vende” facilmente por qualquer coisa do facebook, vale ler o texto abaixo
com as instruções básicas do jogo. Caso já esteja cansado de jogar Song Pop,
pule o parágrafo.
Aí vai uma explicação
resumida: vocês lembram de “Qual é a Música”? Aquele programa do SBT com um
sujeito estranho chamado Pablo, fazendo dublagens de canções populares?
É um bom exemplo para introduzir.
Primeiro se escolhe um estilo – que vai dos mais chatos e aleatórios, Modern
Rap ou Today’s Hit, aos realmente divertidos e competitivos: Classic Rock e até
MPB. Aí aparecem quatro músicas ou
artistas, além de uma contagem de tempo. Quanto mais rápido e certeiro você
for, em melhores condições estará contra o seu adversário (que pode ser seu
amigo ou um desconhecido da rede social). São cinco etapas, quem acertá-las em
maior número, o mais rápido possível, vence. Terminada a rodada, você aguarda
seu rival devolver o desafio. E por aí vai... durante uma semana. Na semana
seguinte começa outra partida.
Quantas vezes você já ouviu essa canção no Song Pop?
Já jogo há mais de um mês. Nesse
meio tempo, viciei alguns amigos – a ponto de vê-los jogando em iPhones e
PCs na mesma casa, simultaneamente. Essa trajetória de amor e vício com
o jogo me fez chegar à seguinte teoria de botequim: o Song Pop é tão querido
porque une música, um vício universal, com a diversão dos tempos contemporâneos,
fragmentados e acelerados. Quantas vezes a gente não se pega lendo um texto e,
de repente, esse um se transforma em mais três... ao mesmo tempo! E as
possibilidades que o Napster e Kazaa (os anciões entre programas de baixar
música) nos deram? Conhecer o David Bowie em diferentes épocas a partir de uma
dúzia de músicas – sem precisar gastar com um best of (embora eu desde sempre seja a favor de ouvir o álbum por
inteiro!). Entre outras histórias que já estamos cansados de ouvir, e que as
vezes nos fazem crer que temos todos TDAH.
Me parece que os desdobramentos
do Song Pop são plenamente positivos. Afinal, além de nos obrigar a ampliar o leque
de conhecimento musical para vencer, mesmo que isso tenha que ser feito por uma
fração de segundos, o jogo nos faz deixar alguns preconceitos de lado em prol da
vitória. E o mais importante, faz a pessoa ter um mínimo de interesse por
aquilo que ouve. Quantas foram as músicas que, após ouvir 3 segundos, resolvi
procurar na íntegra no youtube ou grooveshark após a partida. A partir
daí, conhecemos uma gama imensa de sons novos. Bom, assumo que além de viciado,
exalto o Song Pop em todas as instâncias: do entretenimento às oportunidades de
conhecimentos musicais.
Lembrando que a versão original do programa de TV americana se chamava
”Name That Tune” e começou em 1952, o Silvio sabia o que estava fazendo ao
reeditar a popular fórmula há uns anos, que nesta versão da era da internet
amplia o sucesso fundindo jogadores e audiência.
Segue o link para a matéria publicada hoje no jornal O Globo sobre o interesse do Song Pop no Brasil (3° lugar em termos de popularidade no mundo) - http://oglobo.globo.com/cultura/o-song-pop-agora-quer-entender-brasil-5697602
Segue o link para a matéria publicada hoje no jornal O Globo sobre o interesse do Song Pop no Brasil (3° lugar em termos de popularidade no mundo) - http://oglobo.globo.com/cultura/o-song-pop-agora-quer-entender-brasil-5697602
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