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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Não Uso Canudos


Os dias que precedem a agenda oficial da Rio+20 - a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), que vai ocorrer no Rio de Janeiro entre 20 e 22 de junho -  oferecem uma série de eventos, organizados pelo Ministério do Meio Ambiente, para aqueles que desejam se interar sobre o tema.

O debate que assisti há dois dias discutiu o “Consumo Sustentável” e contou com a presença de personalidades internacionais, do economista Paul Singer, ícone da Economia Solidária no Brasil e do presidente do Instituto Akatu e conselheiro do “Planeta Sustentável”, Helio Mattar.

Segundo Helio, para que haja mudanças relevantes na forma de consumo, não basta que os meios de produção se tornem mais “verdes”, é preciso também que haja uma mudança na mentalidade da população, ou “sensiblização”, como o Hélio chama.  Um dos caminhos está em pensar sobre aquilo que se consome.

As palavras dele me fizeram lembrar de uma conversa que tive com um amigo há alguns meses. Ao ouvir falar de uma campanha liderada por alguns bares londrinos, a “Straw Wars” (guerras do canudo, literalmente), comecei a considerar o uso dos canudinhos de plástico um hábito extremamente supérfluo. 

Veja só: segundo dados do site da campanha, o strawwars.org/, há 3,5 milhões de consumidores diários de bebidas no Mc Donald`s, e isso somente no Reino Unido. Os milhões de canudinhos usados diariamente, como sabemos, são pedaços de plástico que vão parar nos oceanos, onde demorarão milhares de anos até que sejam completamente absorvidos pelo meio ambiente. Até lá, eles se desfazem na forma de “pellets”, pequenas partículas de aproximadamente 5mm, que se espalham pelos oceanos e acabam sendo ingeridas por peixes, pássaros e outras formas de vida marinha.

Os canudinhos, no entanto, desempenham um papel no cotidiano das pessoas. Além de mais higiênicos, especialmente quando ingerimos líquidos em latas, há quem diga que eles aguçam o paladar de algumas bebidas pois, quanto menor a quantidade de líquido por vez, mais ar circulando na boca, o que facilita a chegada de certos componentes presentes na bebida (os chamados COV - Compostos Orgânicos Voláteis) às cavidades nasais.

Provada a funcionalidade dos canudos, fica a dúvida sobre a real necessidade de seu uso. Será que o preço pago (e não estou falando dos centavos que eles custam no mercado) justifica o seu uso? Acato as ponderações de Helio Mattar: cabe ao consumidor refletir sobre os seus hábitos, principalmente os mais automáticos, sobre os quais não costumamos pensar. No meu caso, resolvi que o custo-benefício dos canudos não compensa, e já os aboli há muito tempo.


Um comentário:

  1. Concordo com toda a questão ecológica do assunto. Inclusive por razões estéticas... não me sinto muito másculo quando tenho que sugar algum líquido com um canudinho na boca...

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