Você pode até não gostar, achar que é um tipo de som
bobo e barulhento. Pode se sentir aviltado pela
agressividade de algumas músicas ou pelo visual extravagante, ou pode justamente se identificar com todas
aquelas jaquetas de couro com spikes, com os cabelos moicanos e com a maquiagem
pesada. E quem sabe você não vai curtir a força e a energia das melodias
rápidas e agressivas, ou simplesmente se identificar com aquela raiva e
rebeldia adolescente que serviu de combustível para um movimento que começou
com um bando de garotos sem rumo lá no final dos anos sessenta, e que acabou
provocando uma revolução cultural e artística que até hoje inspira boa parte da
juventude? Não importa se hoje o punk rock é pop, que os punks tornaram-se
atração turística em Piccadilly Circus e que música, movimento e ouvintes são
cercados de suspeitas - o fato é que ninguém fica indiferente ao tal do punk
rock.
Pra quem quiser continuar lendo o texto com trilha sonora, acesse:
http://8tracks.com/tatilaai/hey-ho-let-s-go-aventura-de-ler-blog
Pra quem quiser continuar lendo o texto com trilha sonora, acesse:
http://8tracks.com/tatilaai/hey-ho-let-s-go-aventura-de-ler-blog
Sempre gostei muito de música, mais ainda de pop
rock, pra ser bem específica, e meu contato com o punk veio na
adolescência. Na minha fase mais
roqueira e mais heavy metal, alguém me apresentou aos Ramones. Me apaixonei
pela energia da música, que dava vontade de sair gritando e quicando por aí: HEY
HO! LET’S GO!!! Adorava que os todos integrantes da banda adotavam o sobrenome
Ramone, que tinham o mesmo corte de cabelo e cara de mau, e adorava que as músicas
fossem meio irônicas, meio raivosas, e as vezes muito engraçadas, tudo ao mesmo
tempo agora, como aquela em que o sujeito reclama que a KKK tinha sequestrado
sua namorada.
Passei a ouvir bastante música punk depois que conheci
os Ramones. Aí veio a paixão pelos ingleses do The Clash e a minha melhor amiga
do colégio na época, a Rapha Leite (a mesma que escreveu aqui sobre a Patti
Smith), me fazia ouvir Sex Pistols todos os dias. Depois veio o livro Mate-me por favor, que é um mega relato
sobre o nascimento do punk e deu consistência e história para todas as
músicas que eu estava ouvindo. Fui atrás de todos aqueles artistas que aparecem
no livro. Vai ver é por isso que até hoje o punk mais clássico e antigão dos anos
setenta é o que eu gosto de ouvir, mesmo sabendo que hoje em dia o punk rock é
muito mais complexo: tem muitas formas, cores e sabores. No final dos anos
setenta, o punk andou se mesclando com o ritmo jamaicano chamado Ska e o tal do
Ska Punk foi a coisa que eu mais ouvi na adolescência antes de cair nas graças
do rock de Seattle, mas isso é outra história.
O fato é que o punk me levou a ouvir outros tipos de
rock e prestar mais atenção em política. E confesso que hoje sou muito mais fã
de ska do que do punk em si. Mas os clássicos são eternos, por isso listo aqui
as minhas 10 canções punks preferidas, que são a trilha sonora perfeita do livro Mate-me Por Favor - e por que não, desse
tanto de manifestações que tomaram o Brasil de assalto.
Pra quem prefere conferir a perfomance das bandas:
1.
Blitzkrieg
Bop – Ramones
2.
Anarchy
in the UK - Sex Pistols
3.
London
Calling - The Clash
4.
Search
and Destroy - The Stooges
5.
Kick
Out the Jams - MC5
6.
Blank
Generation - Richard Hell and the Voidoids
7.
Pretty
Vacant – Sex Pistols
8.
Gloria
- Patti Smith
9.
Live
Fast Die Young - Circle Jerks
10. Born To Lose - Johnny Thunders & the Heartbreakers
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O resto, você já sabe: nada de expressões agressivas e preconceituosas.